Pular para o conteúdo principal

31) Sedução


- Querida, acorde. – Ele estava tentando acordar-me com beijinhos no rosto.

- Quero dormir, Anjo. - Estava escuro ainda.

- O sol já vai nascer. Venha comigo à praia. – E continuava com os beijos, apertando-me a seu corpo. Ainda meio sonolenta, agarrei-me a ele buscando um beijo.

- Vamos dorminhoca. – Ele desviou do beijo e deu-me um tapinha nos ombros. Levantei mal humorada.

Não levei o material de pintura. Estava com muito sono para pintar. Sentei ao lado de Adriel e ficamos vendo o dia clarear. O sol nasceu esplendoroso e logo estava inteiro no horizonte completamente azul e sem nuvens. Hoje seria um dia bonito e quente.

Voltamos para a cabana e Tana já estava lá, preparando nosso café da manhã.

- Tana! – Exclamei abraçando-a. Estava com saudades dela.

- Oi, minha menina. Se não parar de me agarrar, o leite vai transbordar. – Era a mesma, ralhando como sempre. Sorri, largando-a e indo sentar com Adriel na mesa. – Quero saber se o menino cuidou bem de você.

- Cuidou sim, Tana. Muito bem, aliás. Adriel foi perfeitamente cavalheiro e gentil. Tana, ele disse que você é uma fada, verdade?

- É sim, menina.

- Depois você mostra suas asas? Quero saber de tudo. Ele disse que você mora em um reino encantado.

- Depois que eu for viajar, Tana. Hoje ainda quero Maise só para mim. – Adriel falou sério.

- Humpf!!! Já não ficou com ela por três dias?

- E vou ficar o quarto. Depois que viajar ficará aos seus cuidados e poderão conversar a vontade e até visitar Etera se quiserem.

- Sério que posso ir lá? Não é proibido para humanos ou coisa parecida?

- Lógico que pode. A Rainha vai adorar conhecer você.

- Na quarta-feira então, Tana. Hoje quero ficar com Adriel e arrumar a cabana com os novos móveis. Amanhã quero descansar, pintar e ler os dois diários de meu pai que faltam.

- Muito bem, menina. Vou avisar a Rainha e preparemos uma festa em Etera para receber você.

- Não é muita coisa para uma simples visita?

- Não é não, mas agora coma. Na quarta-feira entenderá tudo.

- Sim, mamãe. – Falei brincando e comi, ainda intrigada.

Durante a manhã descarregamos e instalamos os eletrodomésticos. Finalmente uma TV decente, música, telefone, microondas, máquina de lavar roupas e uma geladeira decente. Saindo da idade das trevas. Adriel foi à cidade tentar resolver a questão do acesso da internet e a instalação de uma linha de telefone, enquanto Tana e eu esvaziávamos os armários e o guarda-roupas. Adriel traria Marta e mais uns dois ajudantes para os móveis.

O caminhão chegou logo após o almoço e senti-me como uma criança abrindo presentes na noite de Natal. E ganhei um presentão. Estava embrulhado com um bonito papel beje e com laços de fita vermelha. Olhei para Adriel com interrogação, mas ele apenas mandou-me abrir.


- Minha cadeira! Anjo! Ah, obrigada! Não devia ter comprado. É muito chique para a cabana. – Voei para ele, abraçando-o feliz. Por mais que não devesse, era apaixonada por ela e estava contente que ele não tivesse sido tão racional como eu.

- Queria que tivesse algo para lembrar-se de mim. Sabia que era tua cadeira preferida. E ficará perfeita no canto perto ao lado da escrivaninha. Assim a verá quando estiver deitada e pensará em mim. – Ah, que bandido! Como se eu precisasse de algo para pensar nele e sentir sua falta.

- Obrigada, Anjo. Adorei. Será meu cantinho favorito, perfeito para ler. Vou sentir saudades. – Apoiei o rosto em seu peito, para ouvir seu coração um pouquinho.

Arrumamos tudo rapidamente e como estávamos em várias pessoas, Tana sugeriu um churrasco na praia, perto da casa de Adriel. Fomos todos para lá e após comermos ficamos conversando ao redor da fogueira. Antonio era um contador de causos hilariante e rimos muito de suas estórias doidas. Quando foram embora já era tarde.

Adriel e eu entramos para nossa última noite. Não deixei que fosse antes. Queria que dormisse ao menos uma noite em nossa nova cama, infelizmente maior do que a anterior. Era muito bonita e fiquei admirando-a e aos outros móveis novos por alguns momentos.

- Está feliz, pequena?

- Ficou linda, não é?

- Ficou encantadora. Parecida com você. Quente e acolhedora.

- Agora vá se trocar. Vou até minha casa e estarei de volta antes de estar pronta.

- Não demore, anjo. – Fui trocar-me.

Também tinha uma surpresa para ele. Comprei no shopping de São Pedro enquanto ele estava na livraria. Era uma camisola curta, branca, de seda e renda, delicada e feminina. Tinha pensado em não usar, mas era nossa última noite e queria um beijo ao menos. Quem sabe não conseguiria mais do que um beijo?

Esperei-o sentada em sua cadeira, fingindo ler um livro.

...

Texto registrado no Literar.

Imagem da maçã daqui.

Cadeira Bear dos Irmãos Campana daqui.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

(Dragon Quest IX) Críticas, primeiras impressões, detonados e minha breve vida como anjinho.

À primeira vista parece que nada mudou, exceto o enredo e os personagens. O traço característico de Akira Toryama, criador de Dragon Ball, é o mesmo. Ali estão as pequenas e bucólicas aldeias, os monstrinhos algo infantis, como o tradicional slime (a gota de água azul) e o Cruelcumber (pepino cruel. lol). A música, alegre e rítmica, algo pueril, também é a praticamente a mesma. A primeira impressão é de que a Square-Enix não quis arriscar e manteve tudo igual, apenas com algumas melhorias no gráfico, que é mais bem acabado, mas é apenas impressão. Conforme vou jogando as diferenças vão surgindo. O primeiro grande diferencial é no modo multiplayer que foi introduzido. Ainda não joguei porque não tenho o adaptador para conectar o DS à internet, mas está lá, à minha disposição. Este modo online foi responsável por um recorde mundial em 20/05/10, com mais de 100.000.000 de encontros no modo aleatório, em que se pode "esbarrar" em uma pessoa desconhecida que está andando próx

Jogando Final Fantasy XIII

Estou com um problema sério de inspiração e não consigo escrever nada no momento. Para ajudar, esta semana foi lançado um jogo que estava esperando à quase dois anos: Final Fantasy XIII. É um RPG para xbox360. Uma estória como as que escrevo, cheia de fantasia, de beleza, de encantamento. Estou no comando de um grupo de jovens idealistas que luta para libertar seu planeta de um governo tirano. rsrs O bem precisa derrotar o mal, não é? E está em minhas mãos. lol É para lá que vou por uns tempos. Peço desculpas pela pausa na estória, agradeço a visita e a compreensão. Abraços!

(FF XII) Zodiac Job System e seu sistema de classes

Por André Anastácio O quadro de licenças e o Zodiac Job System Para quem não é familiar, o quadro de licenças de Final Fantasy XII é onde ocorre toda a customização sobre o que é que o personagem poderá fazer. É basicamente uma enorme árvore de talentos (semelhante ao Sphere Grid do X) no qual podemos seguir o caminho que desejamos e, dessa forma, customizar o estilo de combate de cada um dos personagens. Tudo que quisermos que um personagem tenha acesso - indo desde magias e técnicas, e até mesmo quais equipamentos ele poderá equipar - precisa ser comprado no quadro de licença antes de estar disponível para aquele personagem. A principal diferença entre o jogo base e o Zodiac Job System está justamente no quadro de licenças. Na primeira versão, existia apenas um enorme quadro disponível para cada personagem e não existia nada que limitasse o que é que os personagens poderiam ter acesso enquanto avançavam por ele. Dessa forma, ao chegar no fim do jogo seus personagens pod

(FF XV) Capítulo 14 - 2 milhões de xp e 133 mil gil com o esquema dos Wyverns

Passei dois dias inteiros sem jogar. Mas valeu a pena, foi um Natal muito gostoso, como espero tenha sido o de todos vocês. Antes de ir, não resisti e fiz uma dungeon completa, a do Estreito de Crestholm. Não tem arma real lá. Eu queria fazer porque lá estava a quest da Cindy, O sempre ilustre Regália e também a quarta parte do mapa do Tesouro em papel. Também lá tem um Amuleto do Moogle, que concede + 20% de xp para quem o tiver equipado. Eu já tinha um. Acho que peguei nas Minas Balouve quando fui lá dar uma olhadela e saí correndo para não morrer. rs Bom, o Estreito de Crestholm é um labirinto com mobs lvl 39 e um monte de níveis. Você tem que acionar 7 mecanismos para abrir a porta final. Eu tentei seguir o esquema abaixo, do guia oficial, mas acabei me perdendo um monte de vezes e no fim deu tudo certo. lol Tem dois bosses. Uma espécie de medusa e um tipo de dragão. A medusa não dá quase trabalho e o dragão eu gostei da luta. Ela tem um efeito especial muito bon

Final Fantasy XIII - O dilema arma x dinheiro

Espadas da Lightning O maior dilema que os jogadores enfrentam em Final Fantasy XIII é, com certeza, o que fazer com o seu pouco dinheiro. Diferente de outros jogos, FFXIII não dá gil a cada luta. Encontrar em tesouros quase tão raro quanto encontrar Gold Nugget. Basicamente o gil que se pode obter é aquele resultante da venda de itens, weapons, acessórios e materiais. Para que serve o gil? Para comprar outras armas, itens, acessórios e materiais para upgrade que necessitar. Ocorre que, principalmente se você estiver interessado no troféu Platina, não poderá vender um único acessório, pois precisará de todos eles e upados ao último level para este troféu. Mesmo que não estiver interessado nisto, já aconteceu comigo de vender objetos que depois precisei ou quis. Alguns itens como Fortisol e Aegisol não podem ser vendidos em nenhuma hipótese, bem como alguns acessórios importantes também. Ou de gastar muito dinheiro upando uma arma para logo após encontrar outra melhor e a