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Mostrando postagens de agosto, 2009

Porque não sou uma máquina (ou Aniversário de A Itinerante)

Hoje o blog A Itinerante completa um ano de existência. Neste período, foi visitado 17.200 vezes e recebeu 3.049 comentários em seus 150 posts. Para que estes números acontecessem, despendi aqui uma média de 4 horas diárias, o que perfaz um total de 1.460 horas, gastos entre elaboração e manutenção de template, desenvolvimento de outros blogs, aprendizado de hmtl, busca e manipulação de imagens, pesquisas, elaboração e revisão dos posts, respostas aos comentários e muitas visitas, leituras e comentários nos blogs de meus amigos, comentaristas e visitantes, além de diversas outras atividades. 1.460 horas equivalem a dois meses dedicados exclusivamente ao blog neste ano de existência. Se eu tivesse feito faxina, para dar um exemplo modesto, com estas horas a uma base de R$ 10,00 por hora teria ganho R$ 14.600,00 (quatorze mil e seiscentos reais). Isto se tivesse feito faxina. Imagine se tivesse feito mais de meu próprio trabalho ou qualquer outro melhor remunerado. Se tivesse dispensado

Vou de Angola?

Na minha lavanderia atendo vários clientes angolanos. Primeiro veio um, deve ter falado para o outro, que veio também e acabei formando uma clientela na comunidade. Eles são assim: trazem uma ou no máximo duas peças por vez, mas normalmente é “a” peça. Tênis de marca, camisas de estilistas, ternos de linho, só trabalhos complicados e delicados. E choram, meu Deus, como choram por cada real. Um deles sempre diz: “Tudo isto?!”, parecendo realmente chocado. Quando confirmo, ele diz: “Na lavanderia que tem no Carrefour, pago menos e lá é franquia.”. E eu sempre retruco a mesma coisa: “Leva para lá.”. Então ele inventa uma desculpa para não levar e deixa. É óbvio que não vai levar em outro lugar. Expliquei na primeira vez que veio com esta que meus japoneses passam melhor do que os brasileiros da concorrente. E eles sabem que passam mesmo. kkk Gostam de nosso trabalho e são desconfiados demais para testar outro. Às vezes acabo dando um desconto, de tanta graça que acho. Bem... Não é só pela

50) Fim

Estávamos sentados no convés apreciando o nascer do sol na Baia dos Porcos, em Fernando de Noronha. Na realidade, nem tínhamos dormido ainda. Nossas noites andavam um tanto quanto agitadas. Adriel não precisava dormir e quando eu sucumbia, ele dirigia o barco ou ia a terra comprar mantimentos. Durante os períodos do dia em que estava acordada, nadávamos, percorríamos as cidades e vilas que encontrávamos pelo caminho e conhecíamos praias de beleza ímpar. Eu estava apaixonada pelo nordeste brasileiro e achava cada cidade ou recanto mais bonito que o outro. Agora mesmo, passamos mais tempo do que o programado em Fernando de Noronha porque me apaixonara de tal forma pelo arquipélago que não queria ir embora e quase fui seduzida pela idéia de morarmos ali indefinidamente. Adriel com seu bom senso lembrou-me de Etera, de seu trabalho no complexo e de tudo para o que necessitávamos voltar e contentei-me com alguns dias a mais aqui. Não queria pensar na volta neste momento. Sabia que teríamos

Versus1

49) Lua de Mel

ESTE POST POSSUI CONTEÚDO ADULTO E IMPRÓPRIO PARA MENORES DE IDADE. SE VOCÊ NÃO TEM 18 ANOS, POR FAVOR NÃO LEIA. Conduzi o barco até um ponto distante da praia. Desliguei o motor e após certificar-me de que estava tudo correto e seguro, fui até a cozinha. Peguei o champanhe que deixara gelando em um balde de gelo, duas taças e caminhei até o quarto. No caminho, passando pela sala de estar, liguei o aparelho de som onde já deixara os CDs que queria como nossa trilha sonora nesta noite, começando com os Noturnos de Chopin. Maise não estava lá. Deixei a bandeja em uma mesinha e enchi as duas taças. Ainda estava com a roupa do casamento e embora fosse de algodão claro, o dia estava quente. Estava ligando o ar condicionado quando ouvi um ruído às minhas costas. - Oh! Querida, você está deslumbrante! – Tive que limpar a garganta para conseguir produzir sons, de tão seca ficou ao vê-la em uma camisola pérola translúcida. Ela parecia um pouco acanhada, o que me divertiu, pois fora despudorada

48) Casamento em Etera

Eu mal reconhecia-me neste ser agitado e ansioso no qual me transformara. Lembrei de como era antes de conhecer Maise, a vida ordenada e pacata, com dias inalterados e noites silenciosas. Sim, sentia saudades daquela tranqüilidade, mas não, não voltaria para ela jamais. Nada, nem mesmo toda paz do universo, faria sentido sem Maise. Era o mesmo que perguntar a uma mãe cansada das noites sem dormir por causa das cólicas do filho, se gostaria de não tê-lo tido. Agora entendia que era aquele sentimento, o amor, que movia montanhas, muito mais do que a fé e eu antes era apenas um tolo ingênuo que se acreditava sábio. O amor por uma mulher me fazia ter mais fé do que toda razão anterior. Agora ela era minha esposa pela lei e pela igreja. Logo seria também pelos olhos da Deusa. Estávamos todos humanos, Elementais e Anjos na mata de Etera, aguardando o sinal da Fada Sacerdotisa para o início da cerimônia Wicca. Ela traçou um círculo no sentido horário usando uma espada cerimonial e após abenço

47) Casamento em Portal

- É hoje! – Despertei com o pensamento, coração disparado. Hoje era o dia de nosso casamento. Ao meu lado, Adriel sorriu e seu beijo tranqüilo aquietou-me um pouco. Logo lembrei tudo que tínhamos a fazer e pulei da cama, pedindo-lhe para apressar-se também. Estávamos na cabana, felizmente. Nossa casa (já considerava a de Adriel minha também) estava um caos, com montes de anjos que não dormiam nunca. A família dele era maravilhosa e fiquei feliz por aceitarem-me tão bem, uma vez que Adriel estava preso na Terra por minha culpa. Alguns conselheiros vieram também e passaram boa parte da noite em reunião, discutindo sobre o futuro do complexo e a busca de cura para Adriel. E ainda queriam fazer despedida de solteiro. Nem imagino como seria uma despedida de solteiro de anjos, mas também não quis arriscar a sorte e praticamente seqüestrei meu noivo para nossa última noite antes do casamento. Tana chegou, com aquele seu dom característico de saber quando acordávamos para logo invadir. Estava

46) Elros

Elros recebeu-nos de forma muito gentil na entrada do palácio. Ele era realmente bonito, com cabelos claros, quase brancos e olhos tão verdes quanto os de Adriel. O rosto e o corpo tinham uma ossatura agradável, suave e algo nele parecia um pouco melancólico. - “Também pudera, coitado, dois noivados infelizes.” – Ponderei, lembrando-me de ser cuidadosa ao tocar nestes assuntos. Passamos pela sala de jantar, com uma mesa imensa e vazia. - Prefiro usar esta sala apenas em eventos mais formais. Sinto-me oprimido aqui. Incomodam-se em almoçarmos na Pequena Copa? A Pequena Copa era uma sala de almoço íntima, próxima à de jantar, com uma mesa redonda de 6 lugares, agradavelmente decorada e com grandes janelas com vista para as árvores. - Absolutamente. – Eu disse. – Aqui está ótimo! Iniciamos o almoço falando sobre nosso casamento e a lua de mel. Não pude deixar de notar que a expressão de melancolia aprofundou-se e não me contive: - Você está triste, Elros? - É assim tão evidente? Perdoem-m

45) Noivado

Aquele mês passou muito rápido com os preparativos para o casamento e todas as cerimônias. Tana estava eufórica, absolutamente incontrolável e colocou todos os encantados para trabalhar. As fadas artesãs costuravam e bordavam sem parar, fazendo os vestidos das cerimônias e um enxoval completo para Maise e nossa casa. Tudo era tecido com a seda fabricada em Etera, tão pura e leve que enlouqueceria de desejo o estilista mais famoso. Minha casa estava sendo colocada de pernas para o ar com uma faxina rigorosa e novas disposições dos móveis. Era ali que moraríamos, embora tenhamos decidido manter a cabana como casa de hospedes e também para noites de nostalgia. Nunca poderíamos desfazer-nos daquele local que já abrigara o amor de Luna e Artur e agora o nosso. Antônio e Marta também adoraram a novidade e ele fez questão de oferecer a festa em sua casa. Acertamos a data com o cartório e com a igreja. Maise estava encantada com o charme bucólico da pequena capela de Portal e seus olhos ficava

44) Tradicional e conservador

- Você quer se casar comigo? Foi isto mesmo que você disse ou entendi errado? – Perguntei, de tão surpresa que fiquei. - Você ouviu direitinho, não fuja da pergunta. Aceita? - Sim, sim, sim, é lógico que sim! É o que mais quero na vida. Quando vamos nos casar? Que tal amanhã? - Ei, calma, mocinha. – Ele riu de minha empolgação. – Podemos ir ao cartório de Portal e ver qual o prazo mínimo. Que tal? - Antônio vai adorar a novidade. Podemos chamar ele e Marta para padrinhos, o que acha? - E Tana e Eliah? – Adriel propôs. - Tana pode usar sua aparência humana, mas Eliah? Aliás, e todos os encantados? Como faremos com humanos e encantados juntos? - É verdade. – Ele ficou pensativo e tentei visualizar a igreja com todos os convidados. Imaginei o choque dos aldeões ao ver os pequeninos. - Não vai dar certo. – Eu disse chateada. - Podemos fazer duas cerimônias. Casamento civil para os humanos em Portal e o religioso com os encantados, em Etera. - Os humanos vão estranhar se não tiver casamento

43) Namorando

Maise demorou a acordar. Fiz meu ritual diurno e quando voltei Tana estava na entrada, junto com vários guardas gnomos. Mandei todos embora. Aquele dia era nosso e eu cuidaria dela. Disseram que tinham ordens de Elros para não perder Maise de vista por nenhum momento e recusaram-se a ir. Concordei que ficassem desde que não visse nenhum deles e sumiram nas árvores. Tana também não queria ir, mas enviei-a para casa pedindo que fizesse uma comidinha bem gostosa para nosso almoço e que ficasse por lá até chegarmos. Desde que voltei Maise e eu praticamente não conseguimos ficar a sós e estava cansado de ver este monte de pessoas à nossa volta. Entrei e ela continuava dormindo. Preparei um café da manhã especial esperando que o cheiro do café acordasse-a e como isto não aconteceu, deitei ao seu lado. Não queria acordá-la e ao mesmo tempo estava ansioso por isto. Ela abriu os olhos quando toquei sua face com as costas da mão. - Oi – Disse, antes de dar-lhe um pequeno beijo nos lábios. - Oi –

42) Aos pés de uma macieira florida

Estive consciente quase todo o tempo em que fiquei paralisada, com exceção das primeiras horas. Despertei quando Adriel encontrou-me, o que só posso agradecer, pois imagino o pavor que teria sentido ao acordar paralisada no silêncio e no escuro, sem saber onde estava ou o que estava ocorrendo comigo. Pelas conversas que tiveram no quarto fui entendendo o que tinha acontecido. Queria dizer a eles que estava consciente, mas não podia mexer sequer os cílios de um olho e tudo o que pude fazer foi ouvir e torcer para que conseguissem o antídoto. Quando Elros falhou e Adriel falou comigo, tão triste, como se despedindo, pensei que iria mesmo morrer. Nunca tinha pensado em minha própria morte. Sempre achei que morreria velhinha e neste momento é que não pensava nisto mesmo. Acabara de apaixonar-me pelo anjo mais lindo e doce do universo e descobrira minha avó e toda a estória de meus pais. Não seria justo, pensei. Senti-me triste por tudo que não viveria com Adriel, os beijos que não daríamos

41) O jovem Niis

(narrador) Niis era um gnomo jovem e ele preferia a palavra jovem à palavra criança, pois ainda que para os padrões terrestres tivesse apenas 12 anos, tinha já seus quase 100 anos no correr dos anos etéricos. O que era considerado pouco até mesmo para estes, mas ele preferia desconsiderar este detalhe e todos achavam graça, satisfazendo seu desejo e chamando-o de Jovem Niis. Todos exceto a elfa Eileen, que justamente por saber de suas objeções ao termo criança, propositalmente só o chamava assim ou, pior ainda, de neném. O resultado desta afronta era que Niis odiava Eileen quase tanto quanto amava a princesa Luna e quando esta fugiu, teve certeza de que Eileen era culpada. O que resultou em ainda mais raiva desta. No decorrer dos anos aprendeu a desaparecer de todo e qualquer lugar onde Eileen estivesse negando-lhe a saciedade do ato de sadismo, mas espionava sistematicamente a bruxa - como a denominava - sem que esta soubesse, na esperança de encontrar pistas de sua Luna. Quando seu p

40) As cartas de Luna

Três fadas entraram e pediram que eu saísse para limparem Maise. Voltei à sala onde estavam todos discutindo nervosamente. - O que houve – Perguntei à Tana. - Os guardas voltaram. Eileen fugiu quando pediram que viesse com eles para ver a Rainha. O filho de Gnon Knur viu quando entrou no portal dos Elfos Negros. - Ela era uma Elfa Negra? - Não sabemos ainda. Que tal se fôssemos ao seu quarto ver o que encontramos? Tana e eu saímos sem avisar ninguém e em Etera fomos diretamente à casa de Eileen na Vila dos Elfos. A construção era grande o suficiente para que entrasse, ainda que minha cabeça chegasse quase ao teto. A mãe dela falecera quando ainda era pequena e como ninguém sabia quem era o pai, a Rainha ficou responsável por ela, criando-a junto com Luna que era quase da mesma idade. Na infância brigavam como todas as crianças, mas foi na adolescência que as diferenças acentuaram-se e apesar de morarem na mesma casa, não tinham intimidade alguma. Luna, a mãe de Maise, tinha um temperam