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44) Tradicional e conservador


- Você quer se casar comigo? Foi isto mesmo que você disse ou entendi errado? – Perguntei, de tão surpresa que fiquei.

- Você ouviu direitinho, não fuja da pergunta. Aceita?

- Sim, sim, sim, é lógico que sim! É o que mais quero na vida. Quando vamos nos casar? Que tal amanhã?

- Ei, calma, mocinha. – Ele riu de minha empolgação. – Podemos ir ao cartório de Portal e ver qual o prazo mínimo. Que tal?

- Antônio vai adorar a novidade. Podemos chamar ele e Marta para padrinhos, o que acha?

- E Tana e Eliah? – Adriel propôs.

- Tana pode usar sua aparência humana, mas Eliah? Aliás, e todos os encantados? Como faremos com humanos e encantados juntos?

- É verdade. – Ele ficou pensativo e tentei visualizar a igreja com todos os convidados. Imaginei o choque dos aldeões ao ver os pequeninos.

- Não vai dar certo. – Eu disse chateada.

- Podemos fazer duas cerimônias. Casamento civil para os humanos em Portal e o religioso com os encantados, em Etera.

- Os humanos vão estranhar se não tiver casamento na igreja e nenhuma comemoração. Vai parecer que estamos escondendo algo, casando assim apressados. – Franzi a testa ao imaginar os comentários.

- Então fazemos três cerimônias e duas festas. – Adriel disse e demos muitas risadas com a idéia.

- Podemos nos casar apenas no cartório, sem dizer nada a ninguém, só com duas testemunhas e depois contar a todos.

- Não senhora. Vamos fazer tudo direito. Quero casar na igreja, com a benção de Deus. Sou tradicional neste aspecto e faço questão. Tana e os encantados também farão questão de um casamento ritual e de muita festa para sua rainha.

- Ai, Adriel, isto vai ser uma trabalheira. Estou cansada só de imaginar.

- É melhor começarmos logo. Quero que estejamos casados em um mês, no máximo. E não vamos dormir juntos neste período. Você é tentadora demais e quero esperar até o casamento.

- Adriel, você não está sendo conservador demais? Se vamos casar, porque esperar?

- Maise, não imaginava casar-me, mas agora que vou, quero que seja perfeito. Faço questão de seguir toda a tradição. Quero ver você entrar na igreja, toda vestida de branco. Ficará linda de noiva.

- Pensei que as mulheres é que faziam questão destas coisas. – Eu disse um tanto chateada.

- É melhor ir acostumando. Sou tradicional e conservador nestes assuntos. E se quiser usufruir deste corpo terá que passar por todo o ritual. – E riu ao dizer isto, o bandido!

- Peste! Aceito então, mas nada feito quanto a dormirmos separados. Se você quer esperar, é problema seu resistir à tentação.

- Sem truques sujos então. Nada de paninhos indecentes. Aliás, por falar neles, espero que faça uma coleção para usar todas as noites depois de nosso casamento. Adorei aquilo.

- Sei. – Tive que rir ao lembrar-me da noite em que usei aquela pequena camisola branca e ele nem conseguia falar direito de tão perturbado. Ele também deveria estar pensando nisto, porque beijou-me até que fiquei sem fôlego.

- Teremos que voltar a São Pedro para comprar. Podemos aproveitar para convidar François e seus pais.

- Hummm... Desde que ele não te chame de querida na minha frente. As coisas mudaram e agora só eu posso te chamar assim. É bom. Assim ele perde todas as esperanças.

- Que anjo malvado você está se tornando! – Gargalhei.

- Não malvado. Apenas humano, muito humano, quando você é o assunto. Você é minha, querida e não vou te dividir com ninguém mais. Nem com Etera. Será rainha apenas de meu coração.

- Etera! Tinha me esquecido disto!

- Está pensando em assumir o trono?

- Não. Ao menos não agora. É tudo tão esquisito. Nem sou uma encantada. Como poderia ser sua rainha?

- Faça como disse a eles, meu amor. Vá conhecendo devagar e se um dia você achar que deve, apoiarei e ajudarei no que puder. Só peço um pouquinho de tempo para nós antes. Vamos viver só nós dois ao menos alguns meses. Concorda?

- Será que devemos esperar para casarmos? Vovó morreu agora. Não vai parecer falta de respeito?

- Você ouviu o que ela disse. Deu-nos sua benção. Queria que você fosse feliz e onde estiver com certeza estará contente com nosso casamento.

- Também acho, anjo. Pena que ela não estará presente.

- Não em corpo, mas certamente estará em espírito.

- Espero que sim. Farei tudo que puder para honrar minha herança, mas você está certo. Tenho que ir devagar para não fazer nada errado. Etera está em boas mãos e nós merecemos um tempo só nosso.

- O que acha de Elros? – Ele perguntou.

- Não sei. Mal o conheço, mas vovó disse para confiar nele e foi o que fiz. O que você acha?

- Também não sei, querida. Parece um bom sujeito, decente e honesto, mas temos que nos informar melhor. Com o tempo saberemos se é realmente confiável.

- Adriel, acho que estaria apavorada se não estivesse ao meu lado. Saber que está comigo deixa-me forte e tranqüila. E saber que não irá mais embora, que nos casaremos, é bom demais! Será que é mesmo permitido ser assim tão feliz?

- É sim, amor. Nós não deixaremos que nada fique entre nós e cuidaremos sempre de nosso amor para que nada o atinja e só mesmo a morte nos separará.

- Anjo, não fale disto nunca mais, por favor. Não quero nem mesmo pensar nisto.

- Está bem. Não tocaremos mais neste assunto. Quero apenas que me prometa uma coisa.

- O quê?

- Se algo acontecer comigo, algum dia, prometa que não fará nada contra você e que vai continuar vivendo da melhor forma possível.

- Ah, Adriel, não sei se posso prometer isto. Como viveria sem você?

- Prometa, Maise. A vida é uma dádiva de Deus e você tem um longo caminho pela frente. Não quero viver sabendo que faria algo contra você mesma por minha culpa.

- Está certo. Prometo que vou continuar vivendo, mas é só isto.

- Muito bem. Agora venha aqui.

Ele beijou-me novamente, muitas vezes, até esquecer do que estávamos falando, de onde estava e até mesmo de quem era.

Definitivamente este anjo humano agradava-me muito!



Texto registrado no Literar.

Imagem daqui.

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