Dor Elegante (Zélia Duncan e Itamar Assunção
Letra: Itamar Assumpção e Paulo Leminski)
O que há em um livro com pouco mais de 100 páginas que o torna justificativa para laurear seu autor com o prêmio Nobel de Literatura de 1954?
O que há de interessante na estória de um velho pescando em alto mar, narrada de forma seca, crua, sem qualquer rebusque de linguagem, sem metáforas grandiloqüentes e praticamente sem diálogos?
O Velho e o Mar, de Hernest Hemingway, conta a estória de Santiago, um velho e cansado pescador ao fisgar um espadarte com quase 6 metros de comprimento que o arrasta mar adentro por 2 dias e 2 noites até que o consiga pescar e prender à borda do barco onde é devorado por um cardume de tubarões.
Este é o pano de fundo para a verdadeira estória: a luta do homem e a natureza, a vida e ele próprio. Santiago vai aceitando os desafios e superando-os um a um, sem raiva, sem desespero. Não luta contra e sim com e ao lado de seus desafiantes, reconhecendo em cada um o direito à luta.
“”Você está me matando, peixe”, pensou o velho pescador. “Mas tem o direito de fazê-lo. Nunca vi nada mais bonito, mais sereno ou mais nobre do que você, meu irmão. Venha daí e mate-me. Para mim tanto faz quem mate quem por aqui.”, diz já quase ao final da luta e de suas forças.
E quando percebe que não conseguirá impedir os tubarões de devorarem seu prêmio tão arduamente conquistado:
“Agora o velho mal podia respirar e sentia na boca um gosto estranho. Era um gosto de cobre, ao mesmo tempo doce, e durante um instante assustou-se. Mas não durou muito. Cuspiu no oceano e disse: - Comam isso, galanos. E saibam que mataram um homem.”
Ou quando luta consigo mesmo:
“”Já agora, velho Santiago, você está ficando com a cabeça muito confusa. Você precisa conservar-se lúcido. Conserve-se lúcido e aprenda a sofrer como um homem. Ou como um peixe. - Desperte, cabeça – disse numa voz que mal se podia ouvir. – Desperte.”
No final melancólico, sem maiores glórias ou troféus do que uma carcaça de espadarte amarrada ao barco e declarando a si próprio derrotado, vai dormir como única coisa que lhe resta a fazer.
A nós leitores fica o assombro de admiração pela bravura e honra das lutas travadas, pela grandeza dos limites físicos, mentais e emocionais superados como se banais e corriqueiros fossem.
E ao desejo de aplausos incessantes a um velhinho cansado soma-se um pequeno de alento de esperança por nós mesmos.
O que há de interessante na estória de um velho pescando em alto mar, narrada de forma seca, crua, sem qualquer rebusque de linguagem, sem metáforas grandiloqüentes e praticamente sem diálogos?
O Velho e o Mar, de Hernest Hemingway, conta a estória de Santiago, um velho e cansado pescador ao fisgar um espadarte com quase 6 metros de comprimento que o arrasta mar adentro por 2 dias e 2 noites até que o consiga pescar e prender à borda do barco onde é devorado por um cardume de tubarões.
Este é o pano de fundo para a verdadeira estória: a luta do homem e a natureza, a vida e ele próprio. Santiago vai aceitando os desafios e superando-os um a um, sem raiva, sem desespero. Não luta contra e sim com e ao lado de seus desafiantes, reconhecendo em cada um o direito à luta.
“”Você está me matando, peixe”, pensou o velho pescador. “Mas tem o direito de fazê-lo. Nunca vi nada mais bonito, mais sereno ou mais nobre do que você, meu irmão. Venha daí e mate-me. Para mim tanto faz quem mate quem por aqui.”, diz já quase ao final da luta e de suas forças.
E quando percebe que não conseguirá impedir os tubarões de devorarem seu prêmio tão arduamente conquistado:
“Agora o velho mal podia respirar e sentia na boca um gosto estranho. Era um gosto de cobre, ao mesmo tempo doce, e durante um instante assustou-se. Mas não durou muito. Cuspiu no oceano e disse: - Comam isso, galanos. E saibam que mataram um homem.”
Ou quando luta consigo mesmo:
“”Já agora, velho Santiago, você está ficando com a cabeça muito confusa. Você precisa conservar-se lúcido. Conserve-se lúcido e aprenda a sofrer como um homem. Ou como um peixe. - Desperte, cabeça – disse numa voz que mal se podia ouvir. – Desperte.”
No final melancólico, sem maiores glórias ou troféus do que uma carcaça de espadarte amarrada ao barco e declarando a si próprio derrotado, vai dormir como única coisa que lhe resta a fazer.
A nós leitores fica o assombro de admiração pela bravura e honra das lutas travadas, pela grandeza dos limites físicos, mentais e emocionais superados como se banais e corriqueiros fossem.
E ao desejo de aplausos incessantes a um velhinho cansado soma-se um pequeno de alento de esperança por nós mesmos.
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