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Mostrando postagens com o rótulo Poesias

Desejo - Tema e variações

OURO E PRATA ( Benno Assmann ) Quando o Sol rompe com a sua luz o breu da noite Seus fulgurantes raios vêm iluminar a relva dourada que cobre tua pele nua E nua em pelo ficas vestida com este singular vestido de ouro para encantar meus pensamentos A noite vem e com ele trocas teu vestido Ainda nua teu corpo macio se cobre com a prata da luz da Lua E teu vestido prateado não preciso tirar para te amar novamente É assim que te quero sempre de dia vestida de ouro de noite vestida de prata BEIJA EU (Marisa Monte) Seja eu, Seja eu, Deixa que eu seja eu. E aceita o que seja seu. Então deira e aceita eu. Molha eu, Seca eu, Deixa que eu seja o céu. E receba o que seja seu. Anoiteça e amanheça eu. Beija eu, Beija eu, Beija eu, me beija. Deixa o que seja ser. Então beba e receba Meu corpo no seu corpo, Eu no meu corpo. Deixa, Eu me deixo. Anoiteça e amanheça. HORAS RUBRAS (Florbela Espanca) Horas profundas, lentas e caladas Feitas de beijos sensuais e ardentes, De noites de volúpia, noites quent

Feliz 2009!!!

O Ano Novo ainda não tem pecado: É tão criança... Vamos embalá-lo... Vamos todos cantar juntos em seu berço de mãos dadas, A canção da eterna esperança. (O Ano Novo - Eterno Espanto - Mário Quintana) ... Que 2009 entre para a história universal como o ano em que a Terra foi salva pelo extraordinário e notável esforço de cada um de seus habitantes. Muita paz a todos! :DDD

Declaração Universal dos Direitos humanos

Preâmbulo Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo; Considerando que o desconhecimento e o desprezo dos direitos humanos conduziram a actos de barbárie que revoltam a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar e de crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração humanos; Considerando que é essencial a protecção dos direitos humanos através de um regime de direito, para que o homem não seja compelido, em supremo recurso, à revolta contra a tirania e a opressão; Considerando que é essencial encorajar o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações; Considerando que, na Carta, os povos das Nações Unidas proclamam, de novo, a sua fé nos direitos fundamentais humanos, na dignidade e no valor da pessoa humana, na igualdade de direitos do

Beijos que nunca te dei - Benno Assmann

O Beijo - Rodin Beijos que nunca te dei Lembra daquele beijo que nunca te dei? Lembra do dia que não saímos abraçados E não passeamos no parque E não te comprei uma rosa E não te paguei um sorvete? Depois, não fomos ao cinema e não te cobri de beijos, nem minha mão se aproveitou da escuridão e não explorou tuas coxas. Lembra quando meus olhos não brilharam como diamantes ? quando pela primeira vez não te declarei meu amor? E que depois não fomos a um motel e não nos amamos loucamente, alucinadamente, desmioladamente. E que não perdemos a noção do tempo, desabraçados que estávamos. Não te lembras? Pois se nada disso aconteceu E eu nunca vi os teus olhos, É como se tivesse vivido Tudo que não fiz, Tudo que não vivi, E os beijos que não te dei ainda adocicam meus lábios, E o amor que nunca jurei ao teu ouvido, Ainda flutua no ar dos meus sonhos. E se apurares bem os ouvidos Ouvirás o rumor das minhas palavras e escutarás bem baixinho: Te amo pra sempre Benno Assmann ... Conheci Benno rece

Os Homens Ocos - T. S. Elliot

Boomed - Oscar Pilch Os Homens Ocos ( T. S. Eliot ) "A penny for the Old Guy" Nós somos os homens ocos Os homens empalhados Uns nos outros amparados O elmo cheio de nada. Ai de nós! Nossas vozes dessecadas, Quando juntos sussurramos, São quietas e inexpressas Como o vento na relva seca Ou pés de ratos sobre cacos Em nossa adega evaporada Fôrma sem forma, sombra sem cor Força paralisada, gesto sem vigor; Aqueles que atravessaram De olhos retos, para o outro reino da morte Nos recordam - se o fazem - não como violentas Almas danadas, mas apenas Como os homens ocos Os homens empalhados. II Os olhos que temo encontrar em sonhos No reino de sonho da morte Estes não aparecem: Lá, os olhos são como a lâmina Do sol nos ossos de uma coluna Lá, uma árvore brande os ramos E as vozes estão no frêmito Do vento que está cantando Mais distantes e solenes Que uma estrela agonizante. Que eu demais não me aproxime Do reino de sonho da morte Que eu possa trajar ainda Esses tácitos disfarces Pel

O Corvo - Edgar Allan Poe

The Raven - ilustração de Gustave Doré O CORVO Edgar Allan Poe Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste, Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais, E já quase adormecia, ouvi o que parecia O som de alguém que batia levemente a meus umbrais «Uma visita», eu me disse, «está batendo a meus umbrais.» «É só isso e nada mais.» Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro, E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais. Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada P'ra esquecer (em vão) a amada, hoje entre hostes celestiais — Essa cujo nome sabem as hostes celestiais, Mas sem nome aqui jamais! Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais! Mas, a mim mesmo infundindo força, eu ia repetindo, «É uma visita pedindo entrada aqui em meus um

Os Cisnes - Júlio Salusse

Os cisnes A vida, manso lago azul algumas Vezes, algumas vezes mar fremente, Tem sido para nós constantemente Um lago azul sem ondas, sem espumas, Sobre ele, quando, desfazendo as brumas Matinais, rompe um sol vermelho e quente, Nós dois vagamos indolentemente, Como dois cisnes de alvacentas plumas. Um dia um cisne morrerá, por certo: Quando chegar esse momento incerto, No lago, onde talvez a água se tisne, Que o cisne vivo, cheio de saudade, Nunca mais cante, nem sozinho nade, Nem nade nunca ao lado de outro cisne! Júlio Salusse Esta poesia é um primor! Tão delicada... Uma de minhas preferidas. Thania, este post é para você. Atenção para a música, heim? :D

Sonhos de Menina - Cecília Meireles

A flor com que a menina sonha está no sonho? ou na fronha? Sonho risonho: O vento sozinho no seu carrinho. De que tamanho seria o rebanho? A vizinha apanha a sombrinha de teia de aranha… Na lua há um ninho de passarinho. A lua com que a menina sonha é o linho do sonho ou a lua da fronha? Fonte: Dulce est Desipere in loco

Florbela Espanca

Fanatismo - Poesia de Florbela Espanca interpretada por Fagner Descobri Florbela folheando poetas na Livraria Cultura e foi amor à primeira vista. Pareceu-me que estava a ler os meus pensamentos e sentimentos e não os dela e usei muito suas poesias nos momentos em que minhas próprias palavras eram poucas e pobres. Gosto tanto dela que cheguei a programar uma viagem à Évora que ela tanto gostava, apenas para pisar no mesmo chão que pisou, ver os lugares que viu e a casa onde morou e escreveu versos tão lindos. Florbela Espanca  viveu para o amor pela poesia, pelo irmão, pelos namorados e maridos, pela vida. Portuguesa, filha ilegítima tardiamente reconhecida, teve vida pessoal e amorosa tumultuada. Paixões infelizes, alguns abortos expontâneos, o falecimento precoce de seu irmão e um diagnóstico de edema pulmonar culminaram em seu suicidio aos 36 anos. Seus versos são explosões de puro sentimento, na forma mais crua e honesta, sem disfarces, sem pudores em despir a alma através das pala

Lágrimas Ocultas

Se me ponho a cismar em outras eras Em que ri e cantei, em que era querida, Parece-me que foi noutras esferas, Parece-me que foi numa outra vida... E a minha triste boca dolorida, Que dantes tinha o rir das primaveras, Esbate as linhas graves e severas E cai num abandono de esquecida! E fico, pensativa, olhando o vago... Tomo a brandura plácida dum lago O meu rosto de monja de marfim... E as lágrimas que choro, branca e calma, Ninguém as vê brotar dentro da alma! Ninguém as vê cair dentro de mim! Florbela Espanca

Eu levo o seu coração comigo

eu levo o seu coração comigo (eu o levo no meu coração) eu nunca estou sem ele (a qualquer lugar  que eu vá, meu bem, e o que que quer que seja feito por mim somente é o que você faria, minha querida) tenho medo que a minha sina (pois você é a minha sina, minha doçura) eu não quero nenhum mundo (pois bonita você é meu mundo, minha verdade) e é você que é o que quer que seja o que a lua signifique e você é qualquer coisa que um sol vai sempre cantar  aqui está o mais profundo segredo que ninguém sabe (aqui é a raiz da raiz e o botão do botão e o céu do céu de uma árvore chamada vida, que cresce mais alto do que a alma possa esperar ou a mente possa esconder) e isso é a maravilha que está mantendo as estrelas distantes eu levo o seu coração ( eu o levo no meu coração) e. e. cummings

Ouvir Estrelas

- Ora (direis) ouvir estrelas! Certo, Perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto, Que, para ouví-las, muita vez desperto E abro a janela, pálido de espanto. E conversamos longo tempo, enquanto A Via Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto, Ainda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: - Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem quando estão contigo? E eu vos direi: - Amai para entendê-las, Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas! Autor: Olavo Bilac.

Saudade - Florbela Espanca

Belos amores perdidos, Muito fiz eu com perder-vos; Deixar-vos, sim: esquecervos Fora demais, não o fiz. Tudo se arranca do seio, — Amor, desejo, esperança... Só não se arranca a lembrança De quando se foi feliz. Roseira cheia de rosas, Roseira cheia de espinhos, Que eu deixei pelos caminhos, Aberta em flor, e parti: Por me não perder, perdi-te: Mas mal posso assegurar-me, — Com te perder e ganhar-me, Se ganhei, ou se perdi...

Primavera - Cecília Meirelles

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega. Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores. Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende. Oh! Pri