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Postagens

As prisões mentais

Li é uma amiga que conheci há um bom par de anos. Na época, ela era uma negra jovem, linda e com uma risada tão incrivel que não tinha quem não se contagiasse com sua alegria. Parecia carregar consigo a liberdade de viver, tanto que um pouco depois acrescentou a seu nome artístico uma palavra com este significado. Com o passar dos anos nossas vidas tomaram rumos distintos: eu fui para Natal, com filhos, malas, cuias e um beagle e ela foi para o Canadá, sem filhos, poucas malas e quase nada de dinheiro no bolso. Foi para dançar em shows de samba que os gringos adoram. Foi e ficou. Casou, teve filho, dava aulas de dança, lançou-se cantora, deu entrevistas e criou - pasmem - uma escola de samba inteira e completa por lá. Voltei de Natal e tempos depois soube que voltara também. Foi em casa com seu filho. A primeira coisa que notei foi a falta da risada escancarada de gostosa, depois as mudanças todas: o corpo mais cheio, a postura mais restrita, a voz mais baixa, o olhar inseguro, mas foi

EM OBRAS

Enlouquecida Mudança de template em ação. Retorne mais tarde, por favor. Pensando bem, deixa para amanhã porque acho que hoje não vai rolar não. rsrs Beijos Imagem daqui .

Porque não sou uma máquina (ou Aniversário de A Itinerante)

Hoje o blog A Itinerante completa um ano de existência. Neste período, foi visitado 17.200 vezes e recebeu 3.049 comentários em seus 150 posts. Para que estes números acontecessem, despendi aqui uma média de 4 horas diárias, o que perfaz um total de 1.460 horas, gastos entre elaboração e manutenção de template, desenvolvimento de outros blogs, aprendizado de hmtl, busca e manipulação de imagens, pesquisas, elaboração e revisão dos posts, respostas aos comentários e muitas visitas, leituras e comentários nos blogs de meus amigos, comentaristas e visitantes, além de diversas outras atividades. 1.460 horas equivalem a dois meses dedicados exclusivamente ao blog neste ano de existência. Se eu tivesse feito faxina, para dar um exemplo modesto, com estas horas a uma base de R$ 10,00 por hora teria ganho R$ 14.600,00 (quatorze mil e seiscentos reais). Isto se tivesse feito faxina. Imagine se tivesse feito mais de meu próprio trabalho ou qualquer outro melhor remunerado. Se tivesse dispensado

Vou de Angola?

Na minha lavanderia atendo vários clientes angolanos. Primeiro veio um, deve ter falado para o outro, que veio também e acabei formando uma clientela na comunidade. Eles são assim: trazem uma ou no máximo duas peças por vez, mas normalmente é “a” peça. Tênis de marca, camisas de estilistas, ternos de linho, só trabalhos complicados e delicados. E choram, meu Deus, como choram por cada real. Um deles sempre diz: “Tudo isto?!”, parecendo realmente chocado. Quando confirmo, ele diz: “Na lavanderia que tem no Carrefour, pago menos e lá é franquia.”. E eu sempre retruco a mesma coisa: “Leva para lá.”. Então ele inventa uma desculpa para não levar e deixa. É óbvio que não vai levar em outro lugar. Expliquei na primeira vez que veio com esta que meus japoneses passam melhor do que os brasileiros da concorrente. E eles sabem que passam mesmo. kkk Gostam de nosso trabalho e são desconfiados demais para testar outro. Às vezes acabo dando um desconto, de tanta graça que acho. Bem... Não é só pela

50) Fim

Estávamos sentados no convés apreciando o nascer do sol na Baia dos Porcos, em Fernando de Noronha. Na realidade, nem tínhamos dormido ainda. Nossas noites andavam um tanto quanto agitadas. Adriel não precisava dormir e quando eu sucumbia, ele dirigia o barco ou ia a terra comprar mantimentos. Durante os períodos do dia em que estava acordada, nadávamos, percorríamos as cidades e vilas que encontrávamos pelo caminho e conhecíamos praias de beleza ímpar. Eu estava apaixonada pelo nordeste brasileiro e achava cada cidade ou recanto mais bonito que o outro. Agora mesmo, passamos mais tempo do que o programado em Fernando de Noronha porque me apaixonara de tal forma pelo arquipélago que não queria ir embora e quase fui seduzida pela idéia de morarmos ali indefinidamente. Adriel com seu bom senso lembrou-me de Etera, de seu trabalho no complexo e de tudo para o que necessitávamos voltar e contentei-me com alguns dias a mais aqui. Não queria pensar na volta neste momento. Sabia que teríamos

Versus1

49) Lua de Mel

ESTE POST POSSUI CONTEÚDO ADULTO E IMPRÓPRIO PARA MENORES DE IDADE. SE VOCÊ NÃO TEM 18 ANOS, POR FAVOR NÃO LEIA. Conduzi o barco até um ponto distante da praia. Desliguei o motor e após certificar-me de que estava tudo correto e seguro, fui até a cozinha. Peguei o champanhe que deixara gelando em um balde de gelo, duas taças e caminhei até o quarto. No caminho, passando pela sala de estar, liguei o aparelho de som onde já deixara os CDs que queria como nossa trilha sonora nesta noite, começando com os Noturnos de Chopin. Maise não estava lá. Deixei a bandeja em uma mesinha e enchi as duas taças. Ainda estava com a roupa do casamento e embora fosse de algodão claro, o dia estava quente. Estava ligando o ar condicionado quando ouvi um ruído às minhas costas. - Oh! Querida, você está deslumbrante! – Tive que limpar a garganta para conseguir produzir sons, de tão seca ficou ao vê-la em uma camisola pérola translúcida. Ela parecia um pouco acanhada, o que me divertiu, pois fora despudorada

48) Casamento em Etera

Eu mal reconhecia-me neste ser agitado e ansioso no qual me transformara. Lembrei de como era antes de conhecer Maise, a vida ordenada e pacata, com dias inalterados e noites silenciosas. Sim, sentia saudades daquela tranqüilidade, mas não, não voltaria para ela jamais. Nada, nem mesmo toda paz do universo, faria sentido sem Maise. Era o mesmo que perguntar a uma mãe cansada das noites sem dormir por causa das cólicas do filho, se gostaria de não tê-lo tido. Agora entendia que era aquele sentimento, o amor, que movia montanhas, muito mais do que a fé e eu antes era apenas um tolo ingênuo que se acreditava sábio. O amor por uma mulher me fazia ter mais fé do que toda razão anterior. Agora ela era minha esposa pela lei e pela igreja. Logo seria também pelos olhos da Deusa. Estávamos todos humanos, Elementais e Anjos na mata de Etera, aguardando o sinal da Fada Sacerdotisa para o início da cerimônia Wicca. Ela traçou um círculo no sentido horário usando uma espada cerimonial e após abenço