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Mostrando postagens com o rótulo Artes

Páscoa e os Ovos Fabergé

Ovo Memória de Azov (1891) oferecido por Alexandre III a Maria Feodorovna A tradição de presentear com ovos na páscoa é mais um hábito pagão apropriado e convertido pelos cristãos. Originalmente era um ritual que acontecia no Equinóquio da Primavera onde os participantes após decorar e pintar ovos os escondiam nos campos para celebrar a fertilidade. Muitos povos utilizaram ovos de verdade, pintados e decorados, para celebrar a chegada da Primavera. Os cristãos se apropriaram da idéia do Ovo para festejar a Páscoa, data que marca a ressurreição de Jesus, pintando-os originalmente com figuras religiosas, em concílio de 325 d.c.. Somente no séc 18 é que cozinheiros franceses tiveram a idéia de fazer ovos de chocolate para a ocasião. Mas, os mais belos ovos foram produzidos entre 1885 e 1917 em ouro e prata e adornados com pedras preciosas na Rússia, por um artesão chamado Fabergé, atendendo à encomenda do Czar Alexandre III como presente de páscoa para sua esposa. Cada peça continha uma s

Arte Näif - os poetas do pincel

"A arte naif é simples, pura, autêntica e não exige prévios conhecimentos intelectuais e artísticos para ser compreendida, chega direto ao nosso coração e toca nossa alma sem subterfúgios, somente ultrapassando o filtro de nossas emoções. " Galeria Ardies , especializada em Arte Naif. Elon Brasil Tico-Tico no Fubá de Noel Rosa com Carmem Miranda A arte Näif ou arte ingênua é um estilo de pintura produzido por artistas autodidatas ou sem preparo técnico e que se caracteriza também por um olhar singelo e puro. É uma pintura quase sempre alegre, viva, colorida focada em detalhes da vida nas cidades ou nos campos, mostrando tradições, festividades folclóricas ou a natureza e aspectos afetivos das relações humanas. Embora a pintura autodidata exista desde o princípio dos tempos, como estilo surgiu em Paris, por volta de 1890, logo depois do pós-impressionismo (Van Gogh, Lautrec, Gauguin, etc), tendo como precussor Henri Rousseau. Atualmente o Brasil é um dos maiores expoentes e

Os Homens Ocos - T. S. Elliot

Boomed - Oscar Pilch Os Homens Ocos ( T. S. Eliot ) "A penny for the Old Guy" Nós somos os homens ocos Os homens empalhados Uns nos outros amparados O elmo cheio de nada. Ai de nós! Nossas vozes dessecadas, Quando juntos sussurramos, São quietas e inexpressas Como o vento na relva seca Ou pés de ratos sobre cacos Em nossa adega evaporada Fôrma sem forma, sombra sem cor Força paralisada, gesto sem vigor; Aqueles que atravessaram De olhos retos, para o outro reino da morte Nos recordam - se o fazem - não como violentas Almas danadas, mas apenas Como os homens ocos Os homens empalhados. II Os olhos que temo encontrar em sonhos No reino de sonho da morte Estes não aparecem: Lá, os olhos são como a lâmina Do sol nos ossos de uma coluna Lá, uma árvore brande os ramos E as vozes estão no frêmito Do vento que está cantando Mais distantes e solenes Que uma estrela agonizante. Que eu demais não me aproxime Do reino de sonho da morte Que eu possa trajar ainda Esses tácitos disfarces Pel

Van Gogh e Edvard Munch

Campo de trigo com corvos - Vicent Van Gogh - 1890 Dizem que este foi o último quadro pintado por Van Gogh que teria se suicidado uma semana depois, com um tiro no peito disparado por uma arma que emprestara com o propósito de espantar os corvos. Muitos críticos viram no céu tempestuoso, nos corvos revoltos como anjos negros e na agitação do trigo uma clara demonstração do estado de espírito tumultuado do pintor que entremeava momentos de lucidez com outros de delírio devido à sua doença mental. O Grito - Edvard Munch - 1893 Pintada apenas 3 anos após a de Van Gogh, esta tela de Munch tornou-se tão famosa e iconoclástica quanto aquela. Aqui um personagem andrógino, sem cabelos como se doente, torto e deformado está a gritar e a tapar os ouvidos como se assim pudesse interromper ou deter o que o incomoda. Todo o quadro expressa dor, angústia e desespero. A exposição que o mostrou pela primeira vez foi considerada tão perturbadora que um crítico recomendou que grávidas não a visitass

Joyce Tacila - A candidata da Itinerante

A Joyce não é perfeita. Ao contrário... Nos vídeos que postou para a inscrição no BBB escancara suas virtudes ou a falta delas com uma sinceridade e crueza por vezes chocante. Na primeira vez em que vi seu perfil (descoberta do Lobo!) e li aqueles comentários nas fotos e depoimentos, rolei de rir. A frase de chamada era "Pau de arara é a vovozinha!" e logo de cara dava uma dura nos contatos que diziam estar votando direto nela e as tags não saindo do lugar. Nós a acompanhamos nestes meses todos e vimos com satisfação passar pela entrevista e pelo funil. Encontrou-nos, virou amiga. Gente como a gente. E gente boa, sincera, real. É uma garota, levada da breca, que sonha com o milhão do BBB. Não faz tipo. Não é santinha e nem pecadora. Nem mais pobre e nem mais rica. Nem mais e nem menos egoísta, inteligente ou experiente que qualquer um, mas talvez seja mais verdadeira, mais espontânea e tenha mais atitude do que muitos que já passaram ou estão por passar na casa. E é

Lago dos Cisnes - Tchaikovsky

O Lago dos Cisnes é uma peça dramática em quatro atos do compositor russo Tchaikovsky e talvez o balé mais conhecido de todos o mundo. Conta a estória do princípe Sigifried que apaixona-se pela Princesa Odette, transformada em cisne junto com suas serviçais por um mago e que somente à noite readquire a forma humana. Ela somente se livrará do feitiço quando um homem lhe declarar amor. Sigfried jura que o fará durante um baile oferecido por sua mãe, quando escolherá sua futura esposa. No baile, ele é enganado pela feiticeira Odile que disfarça-se de Odette. Quando declara querer casar-se com esta, condena Odette, que foge entristecida de volta ao lago. Percebendo o engano, Sigfried corre até ela e conta-lhe como foi enganado, mas o feiticeiro inunda o lago, a Princesa Odette e suas donzelas voltam a ser cisnes e o Príncipe afoga-se. Triste e belo demais!!! Magnifíco - Cena final da dança de Odile (Cisne Negro) e o Principe, com os dois maiores interpretes dos papéis: Nureyew e Fonte

Osgemeos - do grafite à arte

Exagerado - Cazuza Otávio e Gustavo Gandolfo, mais conhecidos como Osgemeos começaram grafitando os muros e paredes do Cambuci e hoje seus trabalhos já percorreram as galerias mais transadas da Europa e de outros continentes. Só depois de reconhecidos e valorizados lá fora é que expuseram aqui no Brasil e ganharam representação de uma galeria de peso, a Fortes Vilaça . "O trabalho dos irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo está ligado a sua vivência em São Paulo, o grande melting pot cultural brasileiro. Centrada na construção de um imaginário próprio e peculiar, sua obra mescla elementos do folclore nacional com outros ligados ao desenvolvimento da street art. As telas seguem a tradição do retrato, com personagens centrais em padrões multicoloridos e envoltos numa aura surreal. As instalações oníricas incorporam carros, barcos e bonecos cinéticos gigantes à pintura de parede em grande escala." Texto do site da galeria. Conheçam o trabalho maravilhoso que fazem no vídeo abaixo e

Todas as cores de Beatriz Milhazes

O Buda - 2000 Esquadros - Adriana Calcanhoto Beatriz Ferreira Milhazes é pintora, gravadora, ilustradora e professora. Sua obra faz referências ao barroco, à obra de Tarsila do Amaral e Burle Marx, à padrões ornamentais e à art deco. A partir dos anos 1990, destacou-se em mostras internacionais nos Estados Unidos e Europa e integra acervos de museus como o MoMa, Guggenheim e Metropolitan, em Nova York. Milhazes é meticulosa e detalhista, não gostando de criar no computador para, segunda ela, poder criar suas próprias cores. As últimas telas, doadas para a Pinacoteca, são de uma meticulosidade tamanha que chegaram a ter cem impressões de cores distintas para a realização de uma só cópia. Toda essa atenção com cada trabalho ajuda a revelar porque Milhazes se tornou a brasileira com maior repercussão no mercado exterior, batendo seu próprio recorde num leilão de arte, quando "O Mágico" (2001) foi arrematado por US$ 1,049 milhão, em maio passado, na Sotheby's de Nova York, pe

Pelo Amor de Deus - Damien Hirst

For the Love of God Vendida por Us$ 100.000.000 O artista plástico Damien Hirst  escolheu a morte como tema central de sua obra e detém vários recordes na venda de suas obras. A caveira incrustada com mais de 8.000 diamantes foi vendida por US$ 100.000.000 e este é o maior valor pago por uma obra de um artista vivo até hoje. Em 16/09/08, no dia em que as bolsas de valores de todo o mundo despencavam, ele arrecadou US$ 198.000.000 em um leilão na Sotheby's em Londres - o maior valor individual já arrecadado por um artista em um leilão. Além de o artista mais valorizado do mundo, ele também é considerado a pessoa mais influente no mundo da arte, por estar mudando as regras do mercado. Pelo modelo tradicional da arte, um artista deixa para as galerias uma comissão muitas vezes superior à 50%, além de estarem subordinados à direção destes no que se refere às melhores datas de exposição. Alguns quadros são expostos e vendidos apenas a morte de seus artistas. Ao vender suas obras diretam

Camille Claudel

Astronauta de Mármore - Nenhum de Nós Camille Claudel entrou para a história mais como a amante de Rodin que enlouqueceu de amor do que como a grande escultora que era. Uma jovem precoce na escultura, Camille começa a trabalhar no ateliê de Rodin em 1 881, aos 17 anos, tornando-se - devido não apenas ao seu talento, como à sua beleza e dedicação - a aprendiz favorita do Mestre. Logo estão envolvidos em uma escandalosa estória de amor, visto ser ele um homem casado. Camille ignora críticas e olhares atravessados da sociedade para viver para ele e para suas esculturas. Durante 11 anos estabelecem uma parceria extremamente rica para o trabalho de ambos. Entretanto, Rodin apesar de a assumir como amante, não se divorcia da esposa e envia Camille para um aborto quando engravida. E, embora a critica especializada a aplauda, não consegue avançar como escultora independente. La Valse Em 1892, cansada de ser apenas a sombra de Rodin, Camille interrompe o romance e estabelece ateliê próprio, ond

Mueck - O mágico do hiper-realismo

Angel - 1997 Revolucionário na arte da escultura, hiper-realista, Ron Mueck, nasceu em Melbourne, na Austrália, em 1958. Recebi um powerpoint contendo fotos e informações deste escultor, que faz da fibra de vidro o seu mármore. Na realidade, ele fazia marionetes. Fez isto a vida inteira e adquiriu tal perfeição que tornou-se arte. E que arte! Impressiona pelos detalhes de suas gigantescas obras, onde nada escapa para atingir o ideal de reprodução exata: cabelos, rugas, mesmo as menores, diferenças de cor em cada parte da pele, marcas e imperfeições. "Esta é uma das enormes virtudes das obras de Ron Mueck: a fragilidade dos seres humanos apresentada de um modo cru, não seres humanos perfeitos mas precisamente o contrário. É essa qualidade que as torna insuportavelmente reais mas também profundamente emotivas, tocantes até, a que a escala monumental ou diminuta das figuras acrescenta uma estranheza inquietante. Simultaneamente reais e falsas, encarnam afinal a dualidade do ser human