- Ora (direis) ouvir estrelas! Certo, Perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto, Que, para ouví-las, muita vez desperto E abro a janela, pálido de espanto. E conversamos longo tempo, enquanto A Via Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto, Ainda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: - Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem quando estão contigo? E eu vos direi: - Amai para entendê-las, Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas! Autor: Olavo Bilac.