Quando o grupo finalmente chegou à base da espada, nas proximidades da City me enchi de esperanças! Afinal talvez haverá tempo para salvar Mio. Talvez neste capítulo teremos as respostas pelas quais ansiamos. Parecendo refletir meu estado de ânimo a paisagem muda radicalmente. Saem as pedras, a vegetação rala e os tons de cinza e entramos no capítulo com uma vegetação exuberante e idílica. Luzes e cores pareciam fazer a mesa analogia: os tempos cinzentos, duros e ásperos ficaram para trás.
O capítulo 4 foi tipo um porre em termos de gameplay e não da história. Os monstros das novas áreas eram muito fracos para meu level. Eu queria passar do 59 para o 60 e levei horas e horas jogando para conseguir, lutando com mobs 20 leveis abaixo do meu. E não consegui encontrar novas áreas com mobs em nível compatível. Então foi um capítulo arrastado.
A parte da Ethel e do Cammaravi foi bem intensa e romântica, de certa forma. Foi o que mais gostei no capítulo. O final foi interessante, mas não particularmente assombroso, como foi o final do capítulo 3.
Assim, cheguei ao início do capítulo 5 meio cansada. E quando fui recebida por este começo auspicioso, me reanimei toda.
Achei toda a parte dos Lost Numbers e da City altamente interessante, mas de tudo, o que mais me interessou mesmo foi saber que os seres humanos todos só existem como fonte de vida para os Moebius. De que eles necessitam da energia da morte dos seres humanos para se manterem vivos.
Confirmaram que todos eram apenas bonecos nas mãos dos Moebius, mas não apenas para diversão como parecera antes e sim também como alimento de vida.
Além disto, fiquei surpresa com a informação de que os Ouroboros foram criados pelas duas rainhas como uma tática para destruição dos Moebius e que, tendo fracassado ao início, agora ambas estão desaparecidas e talvez adormecidas em algum lugar, juntando forças e aguardando o momento propício para retornarem.
Lógico que isto são apenas as lendas do local. Mônica não tem certeza se é verdade, mas espera que seja, pois as rainhas são toda a esperança que resta.
De qualquer forma, me encheu de esperanças! Estou muito triste com toda a tristeza da vida destes personagens. Mesmo não sendo real, claro, mas a gente acaba sentindo a dor deles. E não vejo a hora deles derrotarem Moebius definitivamente e pararem o relógio da vida.
...
Após dois dias no mar de Erythea, me esbaldando na exploração, voltei para a história. Pensei que o capítulo 5 ainda iria longe, pois tudo o que havia feito até o momento foram a introdução, algumas quests pequenas para organizar a viagem e algumas outras pequenas também, no mar, para colher informações.
Assim, mais ou menos umas 8 da noite ontem, já cansada, resolvi andar um pouquinho na história. Fui para a prisão e lá fiz rapidamente 3 ou 4 quests. Quando dei por mim estava fugindo da prisão e logo após lutando com M e N no que parecia luta de bosses de final de capítulo.
E eram!!! E longo, viu? Foram 4 lutas e muuuiiittaaaa história. Terminei após a uma da madruga, atrasada para dormir e abismada. O final do capítulo 5 se mistura com o início do 6 e daqui para a frente, a maior parte é mesmo do capítulo 6. O 5 termina no momento em que N vai golpear Noah após a morte de Mio.
Meu Deus, meu Deus, meu Deus!!!
O que pensar disto? André está no mar ainda, nem posso comentar com ele. Desespero!
Tentando organizar os pensamentos aqui. Então, eles nascem e renascem eternamente. Ok. Quem chega ao Homecoming não renasce. Ok. N e M são outra versão de Noah e Mio. Nesta versão, ele decidiu se aliar aos Moebius como uma forma de continuar com Mio, para que ela não morresse antes que ele ao final de cada uma de suas vidas e em troca da eternidade prometida por Zeus.
Tem muitas coisas que ainda precisariam ser explicadas, aqui. Como assim dois clones de uma mesma alma? Isso é bem estranho. Porque Z fez isto? Porque deixou duas versões de cada um existindo?
A vida dos Moebius também não é ainda explicada. Ou a de Z. Tem muito mais pela frente.
A opção de N faz-me pensar muito. E toda a história acho que gira em torno da ideia central do egoísmo humano mascarado de altruísmo. O tempo todo a história está perguntando aos personagens: você fez isto por você ou fez por altruísmo? E quase sempre a história chega ao seu veredito: foi por você. Você lutou e matou por você, não pela Rainha, não por serem ordens. Você lutou e matou para permanecer vivo. É questionado o livre arbítrio. Sim, eles tem escolha. O preço de não matar é morrer. Mas ainda assim eles tem esta escolha. E é o que o jogo cobra deles quando se posicionam como heróis.
Quando Ethel e Cammuravi resolvem lutar até a morte, o motivo é egoísta e não altruísta. É o que eles querem, é a escolha deles e ainda assim, egoísta. Ou seja, nem quando são livres, eles escolhem os outros.
Mas é uma acusação falsa. Como se pode chamar alguém de egoísta apenas por decidido sobreviver? Quando luta junto aos seus para que ele próprio, mas também os seus, não morram?
Egoísmo seria se a vida deles não estivesse ameaçada e ainda assim eles decidissem continuar lutando, como aconteceu com uma das colônias, aliás.
Fiquei pensando, eu, no lugar de Noah, qual teria sido minha escolha. É tentador pensar que teria optado pelo caminho da esquerda, mas... Será mesmo???
E nós que, se temos trabalho, se temos casa, se temos comida, não pensamos naqueles que não tem? Não é o mesmo de Noah que tendo um futuro, não se importa com aqueles que não o tem? Mas, assim como a maioria de nós não tem escolha exceto lutar para garantir o nosso, não nos sobrando energias para lutar pelos dos outros, será que podemos culpar Noah? Ou nos culpar?
Não acho. Eu penso que a culpa é do mundo, das regras desleais do mundo, que não nos deixa opção. Talvez tivéssemos, mas a qual custo, a qual preço? Seremos culpados por não nos jogarmos na chance remotíssima e improbabilíssima de poder fazer algo para mudar a injustiça do mundo?
É uma pergunta que não tem ainda uma resposta. Se ao menos alguém tivesse ido e conseguido. Mas todos que tentaram falharam ou, como N, acabaram optando pelo caminho mais cômodo. E todos nós, outros, o pasto, continuamos inertes e não reagindo, apenas aceitando, entristecidos, nosso destino.
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