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Mostrando postagens com o rótulo Etera

13) THE END

Hoje é o dia de meu casamento. Acordei chamando por Adriel, em mais um dos sonhos que me atormentam desde sua morte. Será que Elros está certo e com o casamento eles terminarão? Então porque estava sentindo-me assim, como se estivesse o traindo? Porque esta tristeza e melancolia no dia em que deveria estar tão feliz? Passei o trinco na porta do quarto. Daqui a pouco Tana e Niis entrariam e os preparativos começariam, mas antes queria alguns momentos a sós. Afastei o voil da cortina da janela e olhei para Etera. O entorno do palácio estava enfeitado desde ontem. Tinham limpado os sinais da festa de posse de Elros e Gnom e preparavam agora a festa de casamento. Vi a algazarra de encantados indo e vindo atarefados, fazendo florir árvores e plantas, revivendo o gramado verde, iluminando as cores e mesmo em ocupações mais simples, como a instalação do altar, de cadeiras, da passarela por onde caminharia durante a cerimônia, panos e enfeites sendo afixados e tudo ganhava forma rapidamente. V

12) 40 anos na Terra

Adriel decidiu renascer, por falta de alternativas no momento, mas oito anos se passaram até que isto ocorresse. A falta de um corpo espiritual, de um invólucro para o espírito que era pura energia, dificultava a permanência no útero e vários abortos ocorreram na tentativa de fazê-lo ganhar um corpo físico. A cada tentativa frustrada era necessária uma pausa para que o corpo dela se recuperasse, mas em compensação Adriel surgia delas com algo, que aos poucos se transformou em um corpo espiritual. Uma camada fina e delicada guardava aos poucos sua energia e somente quando estava completa é que o útero de Michele conseguiu mantê-lo pelos nove meses de gestação. Nos intervalos entre uma e outra, Adriel retornava a Portal do Sol e prosseguia buscando Maise e Etera, sem qualquer sucesso. Finalmente, 10 anos após os eventos que culminaram em sua morte, Adriel renasce na França, com o nome de Adrien. Era um bebê fisicamente delicado e Michele e Eliah passaram diversas noites em pronto-socorro

11) 4 anos em Etera

1° ano: Após assumir o trono e ser coroada Rainha de Etera, começa a conhecer os Elementais, visitando-os ou sendo visitada por eles, inteirando-se de seus problemas, forma de vida e necessidades. Descobre que cada grupo tem ressentimentos com os outros, mas principalmente com Gnomos e Elfos. Os primeiros são alvos de preconceito e tentativa de escravização e os segundos acusados de privilégios acima dos demais. Existem também rixas por áreas de terra maiores, em que um grupo acusa o outro de ter apropriado de área do outro. Percebe que os pequenos seres são tão ou mais humanos do que os próprios humanos, com seus defeitos e qualidades amplificados. Ela tenta resolver alguns destes conflitos, mas acaba por perceber que quando mais interfere, pior fica e desespera-se. Ao final do primeiro ano, sua autoestima é baixa e considera-se um fracasso como rainha. Maise ainda chora todas as noites com saudades de Adriel. Embora sinta que ele está vivo, não sabe onde está ou porque não a procura.

10) Opção

Adriel não via a passagem do tempo, mergulhado no desespero por não saber como encontrar Maise. Aos poucos, percebeu que conseguia dilatar sua forma, atingindo uma área maior na busca de sinais de sua essência. No início fez isto timidamente com receio de perder a consciência, mas logo descobriu que conseguia concentrar-se todo em uma centelha base, podendo enviar as demais tão longe quando quisesse sem perder o controle. Assim passou dois meses vasculhando todo o planeta, dispersando-se por períodos cada vez maiores e indo mais e mais distante até que não houvesse um único recanto não visitado por uma minúscula parte sua. Ao fim estava de volta ao ponto de partida, mais uma vez derrotado. Maise não existia na Terra, estava certo disto. Teria morrido ou estaria em Etera, em uma dimensão da qual não tinha acesso. Acreditaria nisto por enquanto, decidiu incapaz de lidar com a hipótese restante. Sem mais onde procurar, sem ter como ir a Celes, todas as possibilidades esgotadas, sentindo-s

9) O retorno de Adriel

Adriel estava confuso naquele instante, logo após seu renascer e permaneceu neste estado nebuloso por tempo que pareceu interminável. Pensamentos soltos, pedaços de lembranças, um rosto, uma voz, o nome a girar e revolver-se em sua mente, em um turbilhão grosso e espesso, no qual não encontrava a ponta original a seguir, o elo que daria lógica e estrutura a tudo. Abandonou-se ao doce rosto em cujos olhos azuis mergulhou. Esqueceu-se do caos imerso na contemplação de sua face e os sentimentos emergiram juntamente com recordações esparsas que aos poucos foram completando-se, pedaços de puzzle que montava-se velozmente. - Maise, querida. Agora recordo. O que houve? Terei morrido? Onde estou? Compreendeu sua localização no espaço vendo ao longe o globo azul da Terra e o pensamento impulsionou-o em sua direção. Entrou na atmosfera do planeta sentindo queimar-se com a densidade tão alta, que apagava e comprimia ainda sua forma, modificando-a tal como antes fizera ao seu corpo espiritual. Fo

8) O lago encantado

- Adriel! – Acordei gritando seu nome, quente e agitada. Sonhei com ele, mas foi confuso e lembrava-me mais da sensação. Uma esperança louca esgueirou-se por entre a faca e instalou-se ali dentro. - “Ele vive!” – Pensei, sentindo as batidas endoidecidas de meu coração e envolvida naquela certeza, quis sair correndo à sua procura. - O que foi, menina? Ouvi você gritar. Teve pesadelo? – Era Tana que entrava ainda com roupa de dormir. - Tana, ele está vivo! Sonhei com ele, pela primeira vez! Está vivo!!! Ó meu Deus, obrigada! – Juntei minhas mãos em um gesto de prece e agradecimento. - Como assim? O que sonhou? O que ele disse? Onde está? - Não sei, Tana. Não lembro o que sonhei. Apenas sei que foi com ele e acordei chamando-o e com esta certeza de que vive. - Menina... Sei que não se conforma e é bom que sonhe com ele, mas não se iluda. Vai sofrer mais. - Eu sinto, Tana. Dentro de mim. Não é uma ilusão. Adriel vive em algum lugar. - Bem, se estiver vivo virá a Etera, não é? Então vamos a

7) Uma voz no silêncio

A pequenina centelha brilhou solitária por algum tempo, mas logo, como se cansada do silêncio, iniciou a aumentar e diminuir seu brilho, em um pulsar fraco, porém contínuo. Um pouco à frente, ao lado, acima e abaixo pequeninas centelhas surgiram e após breve tremular, fixaram brilhantes no firmamento. Após algum tempo, iniciaram também um pulsar que acenderam outras tantas mais e assim sucessivamente espalhando-se pontos de luz por recantos longínquos do universo. Quando havia já centenas, talvez milhares, destas minúsculas centelhas de luz a brilhar na escuridão, a primeira emitiu um novo pulso, desta vez, longo e contínuo. A este comando, as demais luzes iniciaram a deslizar lentamente pelo éter aproximando-se do ponto de origem, agrupando-se pelo caminho e chegando como forte jorro de luz até a pequenina fonte. A um novo comando envolveram-na e fundidas pela luz tornaram-se um só brilho, que desta vez pulsou forte e ondulado, como se expressando uma idéia, uma palavra, um nome: M A

6) O lento retorno à vida

Naquela tarde falando ao povo encantado iniciei um lento retorno à vida, mas durante todo o primeiro ano em Etera ainda chorei todas as noites, sentindo a lâmina fria remexer-se em meu coração. Durante o dia cumpria com minhas obrigações como Rainha de Etera esforçando-me para não pensar em Adriel, nas saudades que sentia ou na dor que me partia inteira. Agia como deveria para que os seres elementais não percebessem o quanto minha tristeza era intensa. Um simulacro de sorriso estava sempre em meus lábios, a modulação da voz era gentil e agradável e o semblante calmo. À noite após o término de minhas obrigações, dispensava todos e ia sozinha para a cozinha, onde Tana deixava vários pratos à minha espera. Sentava-me à mesa e começava a comer. Às vezes conseguia comer toda a refeição e só chorar depois, mas quase sempre o choro pegava-me ao meio. Tudo o que era belo ou bom trazia-me de volta a Adriel e conseqüentemente à sua ausência. Quando alimentava-me com a comida gostosa de Tana, sen

5) As fadas do Monte Orm

No Monte Orm, um grupo de fadas reunidas em círculo ouvia atentamente o que uma pequenina fada azul falava. - Você tem certeza de que Maise disse isto e convocou o povo? – Perguntou uma delas, Me, agitada. - Tenho, lógico. Quando desceram na borda do lago estava sentada em um galho de árvore. Fiquei quieta. Era a primeira vez que ela saia de casa e não quis fazer nada para atrapalhar. Acabei ouvindo quando Elros explicou que Etera está assim por causa de sua tristeza. – Respondeu Bruxinha, que recebeu este nome por suas trapalhadas com os encantamentos. As fadas do Monte implicavam de brincadeira que não era fada e só podia ser bruxa e riam, mas na verdade adoravam-na e ao seu jeito doidinho e amoroso, sempre querendo ajudar e metendo-se em confusão atrás de confusão. As fadas do Monte Orm são da antigas e sábia linhagem. Vivem em uma vila atrás do Castelo de Etera e dedicam-se aos encantamentos mais difíceis e trabalhosos, quase sempre aqueles que envolvem a transformação da matéria,

4) Enquanto isto...

No silêncio do universo onde um segundo antes nada havia, uma pequenina centelha inicia a brilhar, solitária. Imagem recortada a partir de imagem daqui .

3) A vida sem Adriel

Um mês havia passado desde que fecháramos o Portal e que vivi dentro do palácio, praticamente apenas no quarto, deitada, chorando ou dormindo. Nos primeiros dias à base de calmantes naturais feitos pelas fadas que me deixavam praticamente inconsciente quando acordada. Após uma semana Tana diminuiu as doses e comecei a passar longas e intermináveis horas sem seu efeito, exposta à dor insuportável. Elros queria que assumisse o trono de Etera, mas não quis. Pedi que continuasse sendo o regente até que estivesse melhor. Ele concordou, mas não deixava de consultar-me a toda hora quanto a decisões sobre o governo. Eu não queria saber de nada, mal estava ouvindo o que dizia, mas ele não desistia. Adriel se fora e não havia mais sentido algum na vida. Tanto fazia uma coisa como a outra. Será que ele não entendia??? O pior de tudo é que eu era culpada. Se tivesse ficado no barco, como Adriel pedira, não teria se jogado na frente da flecha para salvar-me, ou, antes ainda, se tivesse concordado e

2) O fechamento do Portal de Etera

Não vi. Contaram-me depois que vovó e mamãe cercaram-me na pedra e envolveram-me em energias calmantes até que adormecesse e só partiram após um longo e cúmplice olhar com Tana. Ela providenciou para que Elros carregasse-me até a cabana e ficou velando-me o tempo todo em que dormi, e Niis também não saiu nem por um segundo dos pés da cama, dormindo ali no chão mesmo. Mais de 12 horas depois, quando acordei, tive uma certeza apenas: Adriel não morrera, apenas abandonara o corpo físico. Ele estava recuperando-se em algum lugar, provavelmente em Celes e voltaria assim que pudesse. Imbuída com esta certeza, não chorei mais e comecei a tomar as providências que se faziam necessárias, enquanto aguardava seu retorno. A primeira e mais importante foi pedir a Eliah para ir a Celes e trazer-me notícias. Ele foi prometendo voltar tão rápido quanto pudesse. O corpo de Adriel foi colocado em um caixão fechado, mas não enterrado, pois não sabia se precisaria dele ao retornar e decidi deixar para ele

TRILOGIA DO ANJO - ETERA - 1) Retorno a Portal do Sol

Chegamos a pouco a São Luis. Fazia já três semanas que havíamos nos casado e que estávamos navegando pela costa do nordeste brasileiro. Mais uma semana apenas e voltaríamos para casa. Casa... Sorri ao sentir a sensação quente e reconfortante ao pensar em Portal do Sol e em nossas duas casas, a maior de Adriel onde viveríamos e a cabana que seria sempre nosso refúgio. Olhei para ele recém saído do chuveiro e admirei-me ainda uma vez por sua beleza, sem conseguir ainda acreditar que aquele monumento de homem fosse meu marido e que fôssemos tão felizes. Estávamos preparando-nos para desembarcar quando seu celular tocou. Paramos um segundo olhando-o intrigados. Não tocara nestas semanas. Nós é que tivemos que ligar para casa depois de algum tempo, em busca de notícias. Adriel atendeu, ficou ouvindo sem quase falar e desligou dizendo que estávamos indo. - Era Elros. O complexo e o Portal estão sendo atacado por demônios e elfos negros. Parece que a situação é séria. Temos que ir agora. – El